segunda-feira, 21 de julho de 2008

Bem dito seja o Bahia


Se existe uma certeza no futebol brasileiro em 2008, certamente é o regresso do Corinthians a primeira divisão. Ninguém duvida na classificação sem maiores problemas do time de Mano Menezes. Embora neste final de semana, um clássico de gigantes adormecidos tenha marcado a 12ª rodada do Brasileirão da Série B. Corinthians e Bahia atuaram no Pacaembu, dispostos a se aproximarem da elite do futebol brasileiro. Juntos os dois clubes concentram cinco títulos nacionais e outros tantos capítulos memoráveis em suas históricas trajetórias.
Hoje apesar de ambos disputarem a segunda divisão, vivem realidades totalmente opostas. No Parque São Jorge, existe uma comovente mobilização entre time, dirigentes e torcida para recolocar o Corinthians no seu devido lugar. Já no tricolor baiano, órfão de sua casa desde a tragédia na Fonte Nova, em novembro do ano passado, tenta aos poucos resgatar a boa imagem da equipe, tão manchada nos últimos anos. Desde o rebaixamento na primeira divisão em 2003, o clube caiu em queda livre até parar na terceirona em 2006, para somente em 2007 conseguir o acesso à série B deste ano..
No momento, a situação do time paulista é bem mais confortável em relação ao rival. Invicto até então, disparado na ponta da tabela, o Corinthians vinha de um retrospecto de cinco vitórias em cinco jogos atuando em sua casa. Enquanto o Bahia, com uma campanha irregular, rodeava de perto a zona de rebaixamento. Mas os baianos desembarcaram em São Paulo, convictos de que tinham condição de fazer frente ao líder da competição. O que se confirmou após os 90 minutos de partida. Com um gol de falta de Elias, o tricolor voltou a Salvador mantendo o tabu de sete anos sem perder do Corinthians.
O confronto entre as duas maiores tradições desta divisão, salvou a competição de entrar no marasmo. Se uma vitória corintiana designaria um abismo para os demais clubes, sua derrota porém, dá uma nova cara a disputa. Juventude, Barueri, Avaí, Ponte Preta e o próprio Bahia, renovam suas esperanças e começam a enxergar com outros olhos o então bicho-papão Corinthians. Agora sua vantagem é de apenas três pontos para o segundo e quatro pontos para o terceiro e o quarto colocado.
Claro que este tropeço não impedirá o Corinthians de disputar a primeira divisão em 2009, mas esta derrota serviu para descalçar as altas solas do sapato corintiano, que respirava certo ar de superioridade. Com atuações discretas nas últimas rodadas e alguns modestos empates, ficou perceptível a falta de seriedade com a competição. Mais alguns deslizes como este diante do tricolor baiano e corintianos conhecerão na pele o porquê a Série B é chamada de inferno. O Bahia que o diga, pois conhece arduamente o quanto este inferno pode ser profundo.

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