O MESMO FINAL DE SEMPRE

Depois de sete meses de espera, enfim chega ao fim o Campeonato Brasileiro mais irado da história. Um tal de sobe e desce, favoritos pipocando na hora H, tropeços seguidos de goleadas, tudo isso foi uma constante na competição. Mas vamos relembrar o início dela para comprovar os primeiros episódios. Palmeiras, Internacional, Fluminense, Fluminense e Cruzeiro eram os francos favoritos ao título. Isso em consenso de praticamente todos os veículos esportivos.

Logo de cara, o Flamengo arrancou na frente e por 10 rodadas ninguém alcançou os cariocas. Até que, alguém tido como azarão, arrancou e assumiu a primeira colocação. O Grêmio de tantas decepções no primeiro semestre encaixou um futebol interessante e bradou a fazer fila no campeonato. Inclusive, faturando o título simbólico de campeão do primeiro turno. Lá em baixo a coisa tava feia para Santos e Fluminense. E a disputa da Libertadores ganhava outro intrometido, o Botafogo.

Notem que até o momento, o São Paulo não fez nada de extraordinário e, portanto caminhava sem grande alarde. Quem se atreveu a no início do segundo turno a desbancar os gaúchos foi o Palmeiras. A equipe de Luxemburgo até chegou a me enganar, me fazendo pensar que esse título iria rumo ao Parque Antártica. Mas logo me convenci do contrário, ao ver os vários tropeços alvi verde. O Cruzeiro foi quem mais tempo ficou no G-4, mas pergunte quem acreditava neles?? A resposta é, como alguém poderia apostar em uma equipe que aniquilava seus rivais dentro de casa e fora era totalmente irreconhecível.

Fluminense e Santos começaram a despertar enquanto Vasco, Atlético PR e Figueirense desciam à ladeira. E o tricolor paulista só foi ganhar notoriedade, após aquele clássico contra o Palmeiras. Mesmo sem a vitória, todos os rivais perceberam que o atual campeão estava mais vivo do que nunca. O que se comprovou até a última rodada. Sem perder há 18 rodadas, o time de Muricy abocanhou o caneco pelo terceiro ano consecutivo, tirando o doce da boca de muita gente, especialmente do azarão Grêmio, que com seu elenco limitado mostrou-se muito mais forte do que se anunciava.

Vasco e Figueirense junto de Portuguesa e Ipatinga enxugam suas lágrimas e começam a projetar o planejamento para disputar a Série B em 2009. Rebaixamento é horrível, mas não é o fim do mundo. Olha o exemplo de Corinthians e tantos outros que desceram e deram a volta por cima. Cruzeiro e Palmeiras acabaram garantindo sua presença na Libertadores, assim como o Grêmio que lutou até o final em busca do título, enquanto o Flamengo ficou pelo caminho. Mas novamente, a Taça foi parar no Morumbi. Aliás, pela sexta vez ela segue este destino. Já está na hora, dos demais clubes criarem vergonha na cara e aprenderem como se realiza um bom planejamento e como se oferece condições ideais para seus profissionais alcançarem o melhor resultado. Do contrário, vamos continuar a assistir o Rogério Ceni e companhia levantando a Taça e se gabando em rede nacional...