ELE AGRADA SOMENTE OS RIVAIS

Quanto mais os botafoguenses querem distância de Ney Franco, mais os torcedores rivais e a própria imprensa se derretem em elogios para o trabalho dele. Mas quando defendemos nossa tese de que o mineiro não é o técnico ideal para a gente, acabamos ouvindo que somos exigentes demais e que ele não pode fazer milagres com o elenco que tem em mãos. O detalhe é que ninguém nunca lhe pediu milagres. Bastava fazer o óbvio ao invés de ficar insistindo em jogadores medíocres que ele próprio trouxe para General Severiano. Sem falar de seus improvisos, colocando volante na defesa, na lateral e até como armador.

Para quem questiona a qualidade do elenco alvinegro, saiba que este grupo é de total responsabilidade do treinador que escolheu a dedo cada nome. Das únicas apostas dele, apenas o Maicosuel vingou. Agora junte, Émerson, Léo Silva, Diego e Lucas Silva. Um bando de cabeças de bagres, que graças ao Ney Franco, fazem parte do plantel botafoguense para a disputa do Brasileirão. Quem acompanha de longe a situação e vê o Botafogo terminar em segundo no Estadual, deduz que o saldo acaba sendo positivo, pois o clube continua a frente de Fluminense e Vasco, o que para mim não significa quase nada.

A diretoria alvinegra cheia de boas intenções, está hipnotizada assim como a imprensa, que continua se iludindo que o Ney Franco possa ser o salvador da pátria botafoguense. Alguém que escolhe mal seus reforços, persiste em peças erradas, não pode levar tanto crédito assim. Só para acrescentar sobre sua incapacidade, ele teve o Gabriel, o Eduardo e o Túlio Souza a disposição desde o início do ano, mas só optou por escalar eles nas partidas derradeiras. Preferiu manter o estabanado Émerson, do que colocar o Welington ou mesmo o garoto da base Alex Lopes, que eu duvido ser pior do que o Émerson.

Convenhamos que relatei erros suficientes para esclarecer os motivos da nossa insatisfação com o trabalho de Ney Franco. Ele teve autonomia e respaldo da diretoria para montar um grupo, que não fracassou apenas no carioca, como também foi eliminado da Copa do Brasil pelo Americano. Seria plausível uma reavaliação do Departamento de Futebol sobre o comando da equipe para o restante da temporada. Até para evitar aquele comum troca- troca de treinadores durante a competição. No mercado não há muitas opções, mas seria oportuno olhar com carinho para o esplêndido trabalho de Silas a frente do Avaí.