quarta-feira, 3 de setembro de 2008

QUEM RESISTE AOS MILHÕES


Finalmente fechou a maldita janela de transferências que desconfigurou nossos clubes. Esta cena que já virou rotina nos últimos anos, influencia diretamente na seqüência do Campeonato Brasileiro. Há quem se prepara e fica atento ao mercado, assim que perde peças importantes, repõe senão com a mesma qualidade, mas próxima. Coitado de quem não tem essa noção e muito menos condições de bancar novas contratações. Limita-se a assistir seus craques debandarem para longe daqui, enquanto seu time despenca na competição.
Quase todos os clubes foram atingidos e alguns devastados pelo mercado europeu e árabe, que investiram bastante em nossos jogadores. Exatos 57 atletas partiram rumo ao exterior desde que o brasileirão iniciou. Raros foram os clubes que não sofreram desmanches. Até a campanha da seleção brasileira nos Jogos Olímpicos que, em nada contribuiu com a nação, colocou alguns de nossos jogadores na vitrine. Casos de Renan, Alex Silva e Thiago Neves que já deram adeus. Entre as novelas que mais se arrastaram, está o episódio do chileno Valdívia, que neste brasileirão, não foi nem sombra do jogador campeão paulista pelo Palmeiras. Acabou forçando a barra e conseguiu sua saída, só que não para a Europa como se era esperado, mas sim rumo ao endinheirado mundo árabe.
A prioridade dos atletas hoje em dia, deixou de ser uma transferência para um pólo de grande visibilidade internacional. Muitos aceitam se esconder na Grécia, Ucrânia, Rússia e na Ásia. As propostas milionárias seduzem mais, do que a chance de uma consagração em um clube nacional, para posteriormente buscar um espaço num grande centro europeu. É claro que muitos pensam no lado econômico, mas esquecem que sua carreira está em jogo quando optam por um destino de incertezas. Meus cumprimentos para o meia Alex do Internacional. Obviamente um dos melhores jogadores em atividade no país, recentemente recusou uma proposta tentadora da Arábia para manter-se em alta no clube gaúcho. O destaque colorado garante que só sai para jogar na Espanha ou Itália.
Ainda existem boas cabeças que não se deixam levar pelos milhões. Poucas almas que valorizam sua carreira ao invés da conta bancária. Mas infelizmente é minoria, para o azar dos clubes brasileiros que projetam seus jogadores e depois não conseguem segurar. O Campeonato Brasileiro continua sendo uma competição que se divide em duas etapas. A ante e a depois da janela de transferências. Quem estiver vacinado contra esse mal recorrente, se sobressairá.

Um comentário:

david santos disse...

É verdade, Fernando. São muito poucos os que resistem a essa (...). Mas também não de pode viver nesta SELVA sem isso.
Parabéns.