Amigos alvinegros, fomos uma equipe pequena durante muitos anos. Anos em que comemorávamos uma fuga do rebaixamento. Anos dos quais nossos adversários, não tinham qualquer tipo de respeito ao nos enfrentar. Hoje em dia, com parte do prestígio recuperado, nossos atos ainda são de equipe pequena. Equipe que não sabe fazer valer sua tradição e o peso de sua camisa. Equipe que vive das glórias do passado. Esse estereótipo parece estar intrínseco ao clube.
Atualmente, entrando em campo como um time covarde, que marca um gol e se fecha para segurar o resultado. Como se o placar de 1 a 0 fosse garantia de alguma coisa. Mas indico um culpado maior do que os jogadores e do que o próprio Ney Franco. Nossa amadora diretoria. Deles vieram as declarações no ano passado, insultando o time de frouxos, em péssima hora por sinal. Esta mesma diretoria que se deixa empolgar por uma série invicta e anuncia que o Botafogo vai brigar pelo título.
Com todo respeito ao Bebeto de Freitas, que reergueu o clube a beira do abismo, não dá pra se contentar com tão pouco. Não dá pra aceitar as contratações medíocres e os contratos mal firmados com nossos atletas. Assim como é incompreensível o descaso por nossas categorias de base. Quanto tempo que não revelamos bons nomes? No plantel, quem mais chama a atenção é o promissor goleiro Renan. Mesmo assim é muito pouco pra dimensão do Botafogo.
Se hoje temos a síndrome de marcar apenas um gol por jogo, é porque nossa mentalidade de time pequeno não nos permite progredir a horizontes maiores. Anunciar que o time é candidato ao título quando mal estava consolidado como o quarto colocado é se precipitar em seus objetivos. Como chegaríamos ao título se em nenhum momento avançamos para o segundo lugar? É preciso um passo de cada vez. A torcida tem consciência disso mas a diretoria não. Chega de falar na hora errada e tomar atitudes patéticas, como aquela cena do choro depois da derrota pro Flamengo no Estadual.
O Botafogo é uma das equipes mais tradicionais do Brasil e se comporta como principiante. Não fomos os únicos a cair para uma Série B. Nem somos os únicos a amargar um jejum de títulos. Já passou da hora de nossa diretoria acordar para a realidade. Basta começar pelos princípios básicos de qualquer clube. Planejar uma forma de aumentar o quadro de sócios e dar uma atenção especial as categorias de base. O resto se adquire com planejamento e organização. Falta deixar os interesses políticos e a vaidade de lado, para priorizar única e exclusivamente ao crescimento do clube. Somente assim, vamos nos libertar deste ambiente e deste consciência de time pequeno.